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Caso 02 - A Pistoleira Epiléptica


Era um fim de tarde fedorento, na minha sala, ao lado da cozinha do distrito. Algo que misturava repolho, ovo, óleo queimado e queijo velho, no ar. A luz era pouca, só o que vinha da janela suja e engordurada e o abajur sobre a mesa, já velho demais para cobrar-lhe alguma funcionalidade decente. O charuto terminava de queimar, no cinzeiro velho, torto, feito de argila, com pinturas a dedo já desbotadas, na lateral... boa parte da borda lascada. Sinceramente, não sei que loucura me deu naquele verão que achei que artesanato me ajudaria a acalmar.

A porta se abria e a luz do corredor disputava com a do escritório quem era a mais patética. O escritório ria, no ranger da porta, vitorioso. Um conhecido entrava e eu respirava fundo, já sabendo que algo cascudo me esperava. Esse sempre vinha com as piores histórias, tinha um dom pra correr atrás de bandidas das mais podres, mesmo. Não seria diferente, aquele dia. O meliante vinha com aquela cara de máscara bate-bola, de carnaval, e a bola murcha, furada, pendurada atrás. Sentava-se à minha mesa e começava a desfiar o novo conto, esse, como sempre, digno de sessão de cartas de revista masculina. Me lembrou da última pistoleira que tinha deixado roubar-lhe tudo e claro que eu não podia esquecer. Pois veio com um papo dos mais chorosos, saca? Que quando a outra tinha ido presa, descobriu na vizinha um alento que o ajudou tanto a superar tudo.

Eu tinha que conter o riso e enfiava um dedo na brasa do charuto, praquela dor me ajudar com isso. Acho q ele nem notou. Como esses patetas conseguem realmente crer que mulher que corre atrás de otário de coração partido o faz porque tem pena? Se ele vai andar por aí depois de uma daquelas, que até doença de outros caras lhe tinha passado, podia pelo menos usar um boné pra disfarçar o "imbecil" que ainda tava escrito na testa. Mas não, ele quis confiar na vizinha. Ah, vizinhas... nem vou começar com o quanto essas podem armar feio, pro cara. Eu ouvia tudo aquilo, toda a paixão dos dois, todas as juras que eu acho que era a décima pra quem ele tentava falar as mesmas coisas. Não resistia a acender um outro charuto, até pra tentar disfarçar o ovo que alguém começava a fritar na cozinha. Ele queria que eu investigasse o caso.

A bandida alegava ser epiléptica, aparentemente... vi as fotos e o jeito já dizia tudo. Loira aguada, com aquele olhar de sonsa, cabelos bem compridos, jeito de vagabunda... não podia ser coisa boa, realmente, e depois de 11 meses ele suspeitava do que eu já sabia antes de 11 segundos: ela não prestava. Tive de ir buscar depoimentos dos amigos dele, para descobrir que cada um dos "fitos epilépticos" cheirava muito a armação das grossas. Gritos por atenção. A guria queria se tornar o centro dos acontecimentos onde quer que fosse, não perdoava uma festa sem se jogar no chão. Não foi preciso investigar mais a fundo para saber q ela só tinha medo de ter crises em filmes que já não queria ver, mesmo. Ele afirmava q não era nada disso, o infeliz! Até o dia que nosso "aventureiro", tão certo de si, chegava em casa mais cedo, do trabalho.

A pistoleira era tão afobada que, acompanhada de um cidadão que chamaremos de "Aproveitador" - e depois fica bem claro o porquê, não havia lembrado de trancar a porta da sua casa. Nosso amigo ouviu algo, do corredor - um corredor daqueles bem estreitos, onde mal cabem o elevador social e as duas portas, e qual não foi sua surpresa ao girar a maçaneta. Confirmou os gemidos, me ligou para ir à cena do crime dar o flagrante e autuar a vadia dos cabelos amarelos-suco-de-laranja-aguado.

O atenuante alegado à corte? Estava em meio a uma crise epiléptica quando o Aproveitador... bem... se aproveitou dela.

O cara viu tudo e chegou a se perguntar se não teria acontecido aquilo mesmo. Pelas últimas notícias que tive de nosso "herói", aliás, já estou esperando a maçaneta engordurada do escritório girar, novamente. Esse não aprende.

Detetive Addam

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